Em um dia frio de dezembro de 2024, o aeroporto Toulouse-Blagnac se apresenta repleto de novas aeronaves da Airbus, com diversos Airbus A350 estacionados à espera de componentes. Julien Puyou, responsável pelos programas de fuselagem larga da Airbus, expressa sua frustração com a produção: em 2024, a fabricante entregou apenas 33 A350s até novembro, um número muito abaixo do esperado.
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O sucesso do A350
Lançado em 15 de janeiro de 2015, o A350 rapidamente se consolidou como um sucesso comercial e operacional, rivalizando diretamente com o Boeing 787. Embora tenham surgido desafios ao longo do caminho — como a pandemia de COVID-19, que impactou fortemente a demanda por aeronaves de fuselagem larga —, a Airbus acredita que a hora de colher os frutos do A350 finalmente chegou, principalmente devido ao aumento da demanda por voos longos.
Evolução da Produção
Após um ritmo de produção intenso em 2019, que alcançou uma taxa de 10 aeronaves por mês, a Airbus foi forçada a reduzir suas operações durante a crise do Coronavírus. A meta atual é atingir uma taxa de 12 entregas mensais, o que exigirá um aumento significativo na produção. No entanto, a escassez de peças, como assentos e componentes de cabine, está dificultando esse processo.
O Mercado Global
O A350 se consolidou especialmente na Ásia, com grandes encomendas de companhias como Singapore Airlines e das três principais operadoras da China. O programa enfrenta, contudo, uma resistência significativa no mercado norte-americano, onde as entregas estão atrasadas e as companhias aéreas, como a United Airlines, têm priorizado o Boeing 787.
Reformulação e Inovação
O A350 representa uma mudança crucial na estratégia da Airbus, marcando sua transição para a fabricação de compósitos. Com um design totalmente novo, o A350 é a primeira aeronave a incorporar um fuselagem completamente composta, proporcionando maior eficiência e segurança. A Airbus ficou atenta às necessidades do mercado e, no início de 2006, anunciou um conceito completamente novo para o A350, substituindo a ideia inicial de uma atualização do A330.
O Futuro do A350
A Airbus já possui 55 pedidos confirmados do A350F, a versão cargueira que promete atender à crescente demanda por transporte de carga. Com capacidade total de 111 toneladas e um porta-carga de 175 polegadas de largura, o A350F será fundamental para a Airbus se posicionar melhor no mercado de frete, um setor atualmente dominado pela Boeing.
À medida que a indústria aérea se recupera, a Airbus deve focar em resolver os problemas de produção e garantir entregas rápidas e eficientes, visando não apenas manter sua posição no mercado, mas também atender à crescente demanda global por aeronaves de fuselagem larga.
A350 no Brasil: Uma breve passagem
O Airbus A350, reconhecido por sua eficiência e inovação, também encontrou seu espaço no mercado aéreo brasileiro. Embora o modelo ainda não tenha conquistado uma participação significativa nas frotas nacionais, sua presença é notada principalmente em voos internacionais operados por companhias aéreas que conectam o Brasil a destinos globais.
Companhias Aéreas e Operações
Aeronaves A350 foram utilizadas por empresas como a LATAM e a Azul, especialmente em rotas longas para a Europa e América do Norte. Entretanto, ambas as companhias passaram para frente as aeronaves em que operacionavam, para cortar custos da frota aérea.

Desafios e Perspectivas
Apesar do potencial, o A350 enfrenta desafios no Brasil, como a concorrência acirrada com modelos clássicos, como o Boeing 777 e o Boeing 787. A adaptação de rotas e a adequação das aeronaves aos padrões locais são fatores que influenciam no interesse de que o A350 volte a operar em companhias locais.
Soma-se à isso, o fato de que as companhias aéreas brasileiras não vivem um bom momento econômico. Todas as três principais companhias com atuação no Brasil, estão com as contas em jogo, mesmo com o mercado aquecido e crescente número de passageiros.
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