Samsung anuncia baterias de silício-carbono… mas só para EVs; Galaxy S26 fica de fora

Se você esperava ver sua próxima geração de smartphones com baterias turbinadas, calma que a notícia de fim de ano pode decepcionar. A Samsung SDI divulgou em 23 de dezembro de 2025 que fechou parceria com a KG Mobility para produzir baterias de silício-carbono (Si-C)… mas apenas para veículos elétricos.
Enquanto carros como o novo SUV elétrico Toblo ganharão autonomia e recarga rápida com essas células de última geração, o upgrade não vai chegar ao Galaxy S26 como rumores apontavam — pelo menos por enquanto. Neste artigo, você vai entender como funciona a tecnologia Si-C, por que ela promete revolucionar baterias e por que seu smartphone vai ter que esperar até, quem sabe, 2027.
Silício-Carbono chega aos EVs primeiro
De acordo com o comunicado oficial da Samsung SDI, a novidade foca em “células cilíndricas avançadas” da linha 46-series. As principais características anunciadas são:
- Cátodo NCA de alta capacidade: mistura de níquel, cobalto e alumínio para maior densidade energética.
- Anodo de Silício-Carbono: reduz inchaço durante ciclos de carga e prolonga a vida útil.
- Design tabless: elimina a aba metálica interna, melhora a saída de energia e acelera a recarga.
- Gerenciamento térmico otimizado: nova configuração de dissipadores e eletrônica de controle para mais segurança.
Na prática, isso significa que o SUV elétrico da KG Mobility pode ganhar até 30% mais alcance e recargas de 10% a 80% em cerca de 20 minutos — segundo estimativas iniciais da Samsung SDI. Para comparação, baterias de íon-lítio tradicionais levam quase o dobro do tempo na mesma configuração.
“A célula Si-C reduz drasticamente a expansão volumétrica, mantendo a integridade estrutural mesmo após 1.000 ciclos de carga”, afirmou a Samsung SDI.
Por que não vemos Si-C em smartphones?
Se a tecnologia Si-C é praticamente “tudo de bom” para carros, por que a Samsung não coloca esse anodo turbinado no Galaxy S26? Existem três razões principais:
- Escala de produção: fabricar silício-carbono em larga escala ainda é caro e requer alto rendimento de laboratório.
- Custo por unidade: estima-se que cada célula Si-C custa até 50% mais que uma célula de grafite convencional — impacto direto no preço final do aparelho.
- Integração e certificação: smartphones exigem padrões rígidos de segurança e compactação. Qualquer nova química de bateria precisa de testes extensos antes de entrar em massa.
Enquanto isso, o Galaxy S26 Ultra deve manter a tradicional bateria de 5.000 mAh, assim como nas últimas seis gerações. O foco, segundo vazamentos, será economizar energia do display usando o material M14 OLED e limitando recursos de ponta:
- Profundidade de cor em 8-bit
- Brilho máximo em 2.600 nits
- PWM (modulação por largura de pulso) em baixa frequência
Ou seja, a Samsung está sacrificando um pouco o “show de cores” e a taxa de refrescamento ultra-agressiva para garantir que o celular sobreviva o dia inteiro com 5.000 mAh.
O que faz o Si-C ser tão promissor?
As baterias de silício-carbono misturam partículas de silício na matriz de carbono do anodo. O resultado é um aumento teórico de até 10 vezes na capacidade de armazenamento, comparado a um anodo de grafite puro. Na prática, isso se traduz em:
- Mais autonomia sem aumentar muito o peso ou espessura do dispositivo;
- Recarga mais rápida, graças ao design tabless que reduz a resistência interna;
- Desempenho em baixas temperaturas significativamente melhor — ideal para quem viaja ou mora em regiões frias;
- Maior durabilidade: menos degradação após centenas de ciclos de carga.
Leia também: Galaxy Watch deve ter mais bateria em próximas gerações, com mesma tecnologia de carros elétricos
Quando veremos Si-C nos Galaxy?
Se a Samsung SDI está investindo pesado e pilotando a produção, a transição para smartphones pode acontecer entre 2027 e 2028, estimamos. Os principais marcos a acompanhar são:
- Conclusão dos testes de segurança em ambiente controlado;
- Redução de custos de produção para patamar competitivo;
- Integração piloto em protótipos de smartphones de teste;
- Avaliação de parceiros como a Samsung Eletrônicos para adaptação do hardware.
Até lá, quem quiser um gás extra no celular pode recorrer a power banks de alta capacidade ou acessórios com baterias de grafeno, que começam a pipocar no mercado brasileiro.
Impacto para o Brasil
Por aqui, a adoção de EVs ainda engatinha e as baterias Si-C devem chegar primeiro aos importados premium. Ainda assim, a melhoria de autonomia (principal gargalo em regiões sem infraestrutura de recarga rápida) pode acelerar investimentos em estações de carga.
Para smartphones, o freio de importação e o ICMS elevado tornam aparelhos avançados ainda mais caros. Se o custo de uma célula Si-C for 50% maior, o consumidor brasileiro pode ver o preço do Galaxy S26 Ultra ultrapassar os R$ 13.000 — e isso sem falar em acessórios e Margem de Revenda.
Enquanto os carros elétricos da KG Mobility vão aproveitar o salto tecnológico das baterias de silício-carbono para ganhar mais autonomia e segurança, nosso próximo flagship continua preso aos 5.000 mAh de grafite. A boa notícia é que a tecnologia avançou na SDI e já passa dos testes iniciais. Resta saber se a Samsung consegue reduzir custos e certificar o Si-C a tempo de colocá-lo no Galaxy S27 ou S28 — quem sabe lá em 2027.
Curtiu a análise? Então confira nossa sessão completa sobre Galaxy para mais notícias sobre a linha Galaxy.
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