Exynos 2600 é o primeiro chip 2 nm com GPU RDNA4 da AMD – e chega sem modem integrado

Calma que tem mais: a Samsung acaba de revelar o Exynos 2600, seu flagship para 2026, e ele traz três novidades de peso para o mundo mobile. É o primeiro chip de smartphone feito em processo de 2 nm, o primeiro Exynos em anos sem modem integrado e o primeiro a usar GPU baseada na arquitetura RDNA4 da AMD.
Isso importa agora porque, além de potencialmente redefinir padrões de performance e eficiência, o Exynos 2600 pode afetar preço, autonomia e até a estratégia de lançamento de smartphones top de linha no Brasil – sempre na faixa dos R$ 6.000 a R$ 12.000, considerando impostos.
O salto para 2 nm e a ausência de modem
Produzido no nó de 2 nm, o Exynos 2600 promete consumir menos energia e gerar menos calor, algo essencial para jogos exigentes e streaming de vídeo em alta resolução. Mas, em uma jogada curiosa, a Samsung optou por não incluir um modem celular integrado, algo presente em seus últimos chips desde o Exynos 2100.
Na prática, isso significa que os fabricantes de smartphones terão de emparelhar o Exynos 2600 com um modem externo, seja da própria Qualcomm ou de outro fornecedor. A vantagem é que essa escolha pode permitir atualizações independentes de modem e acelerar a adoção de tecnologias 5G mais avançadas no futuro.
Leia também: Exynos 2600 dá pontapé para GPU 100% Samsung; arquitetura própria chega em 2027
Xclipse 960 com arquitetura RDNA4: potência duplicada
O grande protagonista é o GPU Xclipse 960, que pela primeira vez usa a arquitetura RDNA4 da AMD em um chip de smartphone. Segundo o The Elec, o projeto, batizado de MGFX4, entrega melhorias sensíveis de performance e eficiência por unidade de computação (CU).
- 8 workgroup processors (WGPs), totalizando 16 CUs
- Clock de 980 MHz (ante 999 MHz do Xclipse 950 no Exynos 2500)
- Performance geral 2× mais rápida que a do Exynos 2500
- 50% mais velocidade em ray tracing comparado ao antecessor
Para quem não é fã de siglas, cada WGP (unidade de processamento de trabalho) equivale a dois CUs, responsáveis pelos cálculos gráficos. Mesmo com clock ligeiramente menor que o Xclipse 950, o Xclipse 960 duplica o desempenho graças às otimizações do RDNA4.
O RDNA (Radeon DNA) é a arquitetura desktop da AMD, usada em placas Radeon, e foi adaptado pela Samsung em versões mobile (MGFX). O Exynos 2200 (2022) trouxe o MGFX2 baseado em RDNA2, o Exynos 2400 (2024) e 2500 (2025) usaram MGFX3, e agora o 2600 estreia o MGFX4 com IP da AMD modificado pela própria Samsung.
Na prática, isso deve resultar em gráficos mais realistas em games AAA, tempos de carregamento menores e melhor gerenciamento de bateria durante sessões de uso intenso.
Parceria e futuro: de AMD a totalmente in-house
Samsung e AMD começaram a trabalhar juntas em 2019 para criar GPUs mobile. O Exynos 2200 foi o primeiro fruto dessa aliança, mas o desenvolvimento das versões seguintes aconteceu em parceria. No caso do Exynos 2600, apesar de usar a arquitetura RDNA4, todo o design interno foi feito pela Samsung.
Isso sinaliza um movimento gradual da Samsung para dominar a tecnologia de GPU internamente. E não para por aí: o Exynos 2800, previsto para 2027, deve ser o primeiro a trazer uma arquitetura gráfica 100% in-house, sem vestir nenhum IP da AMD.
Como fica o Brasil e a concorrência
No mercado brasileiro, onde impostos elevam o preço final, veremos smartphones com Exynos 2600 custando facilmente acima de R$ 6.000. Vale lembrar que, ao exigir um modem externo, o custo de hardware pode subir ainda mais – impacto que os fabricantes podem repassar ao consumidor.
Do outro lado, Apple segue com seus chips A-series produzidos pela TSMC e futuramente Intel, enquanto Qualcomm e MediaTek continuam apostando em integração total (SoC + modem). A decisão da Samsung de separar modem e processador pode ser vista como ousada, mas também traz riscos de compatibilidade e logística para as marcas que adotarem o Exynos 2600.
Em termos de desempenho bruto, o Exynos 2600 chega para disputar cabeça a cabeça com o Apple A20 e o Snapdragon 8 Gen 4. A grande incógnita é como ele vai se comportar no mundo real: jogos pesados, benchmarks e autonomia de bateria são testes decisivos.
Por enquanto, a Samsung afirmou que o chip estará disponível em aparelhos top de 2026, mas não deu detalhes sobre fabricantes parceiros. Se a história se repetir, veremos Galaxy S e Fold equipados com Exynos em algumas regiões, e com Snapdragon em outras — possivelmente o Brasil incluído nesse segundo grupo.
Fique ligado: quando chegarem os primeiros aparelhos com Exynos 2600 ao mercado, vamos testar desempenho, eficiência e custos para trazer todos os detalhes aqui.
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