iPhone 17 Pro vira febre em Gaza mesmo com falta de comida, casas e internet 2G

Vendas do iPhone 17 Pro estão crescendo no meio do caos em Gaza: enquanto muitos vivem na rua, desabrigados e famintos, o smartphone mais caro da Apple encontra mercado aquecido. Mas por que celulares de alta gama viraram prioridade em uma região marcada pela devastação e pelo apagão de rede móvel?
A reportagem da NBC News aponta que o pequeno tamanho do iPhone 17 Pro facilita a importação pela fronteira, ao contrário de itens mais urgentes, como materiais de construção e fórmula infantil. Com preços que chegam a 5.000 shekels (cerca de US$ 1.500) — dez vezes mais caro que em outras partes do mundo —, o aparelho virou objeto de desejo e, ao mesmo tempo, de críticas sobre prioridades em meio à crise.
O paradoxo do luxo em meio à guerra
Gaza vive um cenário devastado: casas bombardeadas, ruas tomadas por escombros e milhares de pessoas sem teto. Um misto de desgraça causada por sua vizinhança. A falta de alimentos e de acesso a medicamentos é rotina. Ainda assim, alguns conseguem arcar com o valor do iPhone 17 Pro, o modelo mais premium da Apple até agora.
“Por que telefones, e não comida?”, questionou um grupo de palestinos à The National, jornal dos Emirados Árabes Unidos. Para muitos, o celular não é mero artigo de luxo: é a janela para o mundo e a forma de se manter informado sobre a guerra e as negociações de paz.
Preço nas alturas e valorização social
No mercado paralelo de Gaza, até os smartphones mais simples custam caro. Modelos básicos podem chegar a 5.000 shekels. Para comparar, o mesmo aparelho sai por cerca de 500 shekels em Israel ou na Cisjordânia.
- Escassez de oferta: a importação de eletrônicos só foi liberada oficialmente neste ano.
- Alta demanda por acessórios: capas, carregadores e baterias externas viram negócio lucrativo.
- Status e visibilidade: possuir um iPhone 17 Pro confere prestígio mesmo em meio à miséria.
Importação e controle israelense
Havia um embargo extraoficial de dois anos para celulares entrarem pela fronteira de Gaza. Recentemente, a Coordenação das Atividades do Governo nos Territórios (COGAT) permitiu a entrada de smartphones via canais oficiais, sem comentar detalhes sobre os iPhones.
Segundo Tania Hary, diretora executiva do grupo de direitos humanos Gisha, “há uma demanda crescente por telefones e acessórios”. E não é só uma questão de consumo: ao restringir redes 3G, 4G e 5G, Israel mantém a rede de Gaza limitada ao 2G, o que torna a qualidade do serviço ruim, mas ainda essencial para chamadas e mensagens básicas.
Ferramenta de sobrevivência ou símbolo de contradição?
Para muitos moradores do Strip, o smartphone é a única forma de manter contato com parentes em áreas isoladas e acompanhar notícias em tempo real. Mona Jebril, pesquisadora da Universidade de Cambridge, avalia: “antes da guerra, havia carros e celulares caros. Mas, depois da devastação e do cerco, esse paradoxo fica ainda mais evidente”.
O iPhone 17 Pro, apesar do preço, oferece câmeras de última geração e bateria que resiste melhor a cortes de energia, características valorizadas em um cenário de infraestrutura precária. O economista Farid Kabalan, de Khan Younis, resume: “o celular é o único dispositivo que transmite a verdade para o mundo”.
Medo pós-explosões de pagers no Líbano
Em 2024, explosões que atingiram pagers no Líbano deixaram a população em pânico. Algumas pessoas em Gaza ainda evitam aparelhos eletrônicos por receio de ataques por controle remoto. “Depois das pagers, eu não colocaria minha mão perto de um celular”, disse um morador à Reuters.
O que o futuro reserva para a tecnologia em Gaza
Mesmo com rede 2G e importação restrita, o iPhone 17 Pro virou parte da dinâmica de Gaza. Em um contexto de reconstrução lenta e ajuda humanitária insuficiente, o aparelho é visto tanto como ferramenta de comunicação vital quanto como exemplo gritante de desigualdade.
“Tudo precisa de um celular”, resume o jovem Mohaned, de 20 anos, que trocou de aparelho após o antigo ser danificado. Ele usa o iPhone para estudar, trabalhar e até acompanhar crises fora do Strip.
No longo prazo, a dependência da tecnologia de ponta em um ambiente tão adverso levanta questões sobre prioridades de ajuda, fiscalização de fronteiras e o papel da Apple em áreas de conflito. Mas, enquanto não houver soluções para a fome e o desabrigo, o ciclo de compra e venda de iPhones em Gaza promete continuar — e a contradição entre luxo e sobrevivência seguirá estampada nas ruas destruídas.
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