As telas curvas, que antigamente eram sinônimo de luxo e inovação em smartphones, hoje cedem lugar aos painéis planos e microcurvos. Essa guinada de mercado não é apenas estética: envolve durabilidade, experiência de uso, custos de fabricação e até a relação dos brasileiros com assistências técnicas caras. Entenda por que a era “Edge” está ficando para trás e o que isso significa para quem busca o melhor em tecnologia móvel.
Curvas que prometeram o futuro
Entre meados de 2015 e 2018, fabricantes como Samsung, Huawei e OnePlus abraçaram telas OLED flexíveis para criar bordas que pareciam fluir para fora do corpo dos dispositivos. A promessa era de um visual sem limites, com bordas quase invisíveis e uma imersão total em jogos e vídeos.
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Entre agora mesmoNa prática, esses painéis impressionavam em estático, mas logo surgiram queixas de usuários sobre toques acidentais e dificuldade para encontrar a pegada ideal.
O preço da beleza: limitações práticas
Além da ergonomia comprometida, as curvas aumentavam o risco de reflexos indesejados em ambientes claros. O vidro dobrado sobre as bordas fazia com que a luz se dispersasse de forma irregular, criando nuances de cor e clareza distintas do centro para a extremidade.
Enquanto isso, a linha de produção de painéis flexíveis exigia tolerâncias menores, implicando em mais peças com defeito e custos de fabricação até 20% superiores aos displays planos.

Problemas ergonômicos e toques indesejados
Usuários relataram que a área curva reduzia a zona “útil” de toque, provocando acertos fantasma. Por mais inteligentes que fossem as camadas de software de rejeição de palma, elas atrapalhavam inputs intencionais e demandavam ajustes constantes de sensibilidade.
Em uma sessão de jogos rápidos, por exemplo, qualquer deslize fora do eixo batia de frente com a curva e quebrava combos ou pausava atividades.
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Reflexos e distorções ópticas
Enquanto a indústria exaltava o design futurista, fotógrafos e entusiastas de conteúdo notaram que a curva criava aberrações nos vídeos. As bordas ganhavam brilho extra e até pequenas faixas de flare ao filmar contra o sol.
Isso incomodava quem buscava cores fiéis em smartphones premium com painéis OLED de alta taxa de atualização (90 Hz, 120 Hz e além).
Durabilidade e custo de manutenção
O vidro curvo, por expor mais área da tela, era especialmente vulnerável a quedas laterais. Enquanto um drop frontal podia ser absorvido pelo módulo de proteção, impactos de lado frequentemente levavam a trincas rápidas nos cantos.
No longo prazo, reparos em telas curvas saíam até 30% mais caros em centros de serviço oficial, pesada conta para quem costuma atualizar o aparelho a cada dois anos.
A estratégia das micro-curvas chinesas

Marcas como Xiaomi e Honor entenderam o recado. Elas investiram no design “Quad Micro-Curve” ou “Floating Micro-Curve”, onde o painel OLED permanece quase plano e só o vidro protetor recebe um polimento suave nas arestas.
Esse formato mantém a pegada premium sem sacrificar a resistência ou forçar a usabilidade de apps e jogos.
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Micro-curvas no mercado brasileiro
No Brasil, onde smartphones tomam sol forte e assistências técnicas cobram caro, esse balanço entre estética e resistência tem sido bem-vindo. Usuários relatam menos toques indesejados e maior facilidade ao aplicar películas e capas, sem abrir mão do “efeito curva” quando o aparelho está desligado.
O que esperar dos designs de agora em diante
A guinada dos painéis para superfícies planas ou microcurvas indica uma nova etapa: mais foco em performance, duração de bateria e custo-benefício. Em mercados sensíveis ao preço, como o brasileiro, a simplicidade técnica reduz o valor final sem depreciar a experiência.
Para quem acompanha reviews e comparativos, a troca é bem-vinda: cores mais consistentes, ângulos de visão mais amplos e menos perrengue na troca de tela.
Perspectiva de futuro
Com o avanço de tecnologias como microLED e OLED de nova geração, o mercado provavelmente seguirá essa pegada pragmática: designs mais limpos, menos curvas arriscadas e mais investimento em brilho máximo e eficiência energética.
Se antes as bordas curvas eram um cartão de visita da inovação, agora elas viraram lição de casa: o produto deve entregar usabilidade, resistência e qualidade de imagem sem pirotecnia de vidro flexível.
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