Entidades cobram do Google fim de apps pré-instalados no Android

O Google, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, divulgou recentemente o seu relatório ambiental de 2023, no qual revela os seus impactos e ações relacionados ao meio ambiente. O documento, que pode ser acessado neste link, traz dados sobre as emissões de gases de efeito estufa, o consumo de energia, a gestão de resíduos e a preservação da biodiversidade.

Um dos dados que mais chamou a atenção foi a queda perceptível no uso de energia renovável pelo Google em 2023. Segundo o relatório, a empresa usou 62% de energia renovável em suas operações globais, uma redução de 8 pontos percentuais em relação aos 70% registrados em 2022. O Google atribui essa queda à pandemia de Covid-19, que afetou a demanda e a oferta de energia limpa em vários países.

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O Google afirma que continua comprometido com o seu objetivo de usar 100% de energia renovável em todas as suas operações até 2030, e que está investindo em novos projetos e parcerias para aumentar a sua capacidade de geração e compra de energia limpa. A empresa também destaca que foi a primeira grande corporação a se tornar neutra em carbono em 2007, e que alcançou a neutralidade de carbono operacional em 2022, compensando todas as suas emissões históricas desde a sua fundação em 1998.

No entanto, o relatório ambiental do Google de 2023 contrasta com o cenário global de crescimento das energias renováveis, especialmente da solar e da eólica, que atenderam 12% da demanda mundial de energia em 2022, um recorde histórico. Segundo um estudo da consultoria Ember, 2023 pode ser um “ponto de virada” para a energia limpa, com a primeira queda no uso de combustíveis fósseis para gerar eletricidade fora de um período de recessão global ou pandemia.

O estudo aponta que a China foi o país que mais adicionou capacidade de energia solar e eólica em 2022, respondendo por cerca de 40% dos novos painéis solares e turbinas eólicas instalados no mundo. Outros países que se destacaram foram os Estados Unidos, a Índia, o Japão e a Alemanha. O Brasil também aparece como um exemplo positivo, liderando a queda de emissões no setor energético no ano passado, graças ao aumento da geração hidrelétrica e à redução do consumo de eletricidade por causa da crise econômica provocada pela pandemia.

O relatório da Ember ressalta que as energias renováveis são essenciais para combater as mudanças climáticas, já que a produção de eletricidade é hoje a maior causadora do aquecimento global, responsável por mais de um terço das emissões de carbono relacionadas à energia em 2021. Nesse sentido, a eliminação gradual do carvão, petróleo e gás neste setor é considerada uma prioridade para ajudar o mundo a cumprir as metas do Acordo de Paris, que visa limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

Diante desse contexto, o relatório ambiental do Google de 2023 mostra que a empresa ainda tem um longo caminho a percorrer para se alinhar com as tendências globais e se consolidar como uma líder em sustentabilidade no setor de tecnologia. O Google tem um papel fundamental na inovação e na difusão de soluções digitais que podem contribuir para a transição energética e para a redução das emissões de carbono. Por isso, espera-se que a empresa invista mais em energia renovável e em eficiência energética, além de ampliar o seu engajamento com as políticas públicas e as iniciativas sociais voltadas para o meio ambiente.