Uma companhia especializada em segurança de dados afirmou, nesta quarta-feira (3), que desenvolvedores responsáveis por aplicativos do Facebook podem ter vazado o equivalente à 540 milhões de dados de usuários da plataforma na nuvem.
A maior parte desses dados veio de uma empresa nomeada de “Cultura Colectiva” com sede no México. Estima-se que a companha é a responsável por vulnerabilizar cerca de 146GB de dados incluindo atividades dos usuários como reações, nome de contas e até o ID.
Outra preocupação dos especialistas se refere aos dados encontrados que vem do aplicativo “At the Pool”. Segundo a UpGuard, esse aplicativo armazenou uma quantidade menor de dados, no entanto, há informações sensíveis como senhas que usuários utilizaram para fazer login.
São cerca de 22 mil senhas encontradas. No relatório, a UpGuard afirma que, embora o aplicativo tenha vínculos com o Facebook, essas senhas supostamente não são ligadas às contas de usuários da plataforma. No entanto, como o serviço tem relação com o Facebook, muitas delas podem ser as mesmas que os usuários utilizam na rede social.
O que fazem os desenvolvedores com todas essas informações?
Não há outra razão para a coleta de dados sensíveis e que demonstram a personalidade de alguém senão o desejo de vendê-los e fazer dinheiro. Com todas essas informações, desenvolvedores podem criar, reproduzir e destinar anúncios para essas pessoas, com base no que elas curtiram e fazem no dia-a-dia.
Eles também podem simplesmente vender todos esses dados para empresas que oferecem pacotes de disparos de mensagens ou análise de dados. Vale lembrar que o Facebook se envolveu em um escândalo de dados recentemente, o que supostamente ajudou a promover a campanha do atual presidente norte-americano Donald Trump.
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“Os dados sobre os usuários do Facebook estão muito além dos limites do que a rede social pode controlar hoje”, revelaram os pesquisadores da UpGuard, que destacaram também, vários vazamentos nos servidores da Amazon no passado. “Combine essa plenitude de dados pessoais com tecnologias de armazenamento que muitas vezes são mal configuradas para acesso público, e o resultado é uma longa e grande porção de dados sobre os usuários do Facebook que não param de vazar.”
Nem o Facebook e nem as autoridades competentes se pronunciaram sobre o assunto até o momento. Fica evidente que, mesmo após esforços para conter o vazamento de dados, o Facebook ainda continua vulnerável e permitindo a exposição de dados por parte de desenvolvedores, que os coletam de forma imprevisível e ainda armazenam em servidores externos, o que compromete a transparência e o controle de dados que o usuário deve ter sobre suas próprias informações.
Fonte: UPGuard